quinta-feira, 7 de abril de 2011

Revolta e condolências


Não tão doce quanto a última postagem, e fugindo completamente do tema principal do blog, não posso passar aos fatos de olhos fechados, e por isso, hoje, em exceção, deixo a vocês, com muito pesar, um relato de revolta e indignação referente aos ocorridos dessa manhã.  Segue:



Eu sou mãe!

Hoje de manhã, foi divulgada em rede nacional a insanidade que ocorreu na Escola Municipal Tasso da Silveira com capacidade para 1250 alunos, em Realengo, na Zona Oeste do Rio. Segundo as primeiras informações, um homem, Welinton Menezes de oliveira, 24 anos, supostamente ex-aluno, entrou na escola armado e disparou a esmo contra diversas crianças de 9 a 14 anos que estudavam no local. Uma testemunha relatou que esse homem percorria os corredores, abria a porta das salas e disparava aleatoriamente em cima dos estudantes visando tronco e cabeça. Os fatores que motivaram o atirador ainda são desconhecidos. Até o momento foram confirmadas 11 mortes e 18 crianças feridas. Esse homem  já havia atacado duas crianças na rua antes de entrar na escola, e alegou que daria uma palestra para entrar na instituição. Levava consigo 2 armas calibre 38, uma carta suicida, e durante o ocorrido teria carregado as armas várias vezes. A polícia chegou ao locar, e durante troca de tiros, Welinton se suicidou.   

Não há como ficar sabendo disso, e não se comover se por no lugar dos familiares dessas crianças, e imaginar a dor de saber que o fato se passou justamente na escola onde seu filho estuda. Não há como não questionar a vulnerabilidade das instituições, a facilidade de adquirir armamento ilegalmente, e a loucura humana.


Estamos falando de vidas, vidas de crianças inocentes que foram ceifadas de forma catastrófica, absurda e de forma injustificável.

Esse tipo de crime, relativamente comum no exterior, nunca havia acontecido no Brasil com essa intensidade, foi uma brutalidade sem precedentes, e nos perguntamos, o que seria possível fazer para evitar esses ocorridos? Quais as providências que poderiam ser tomadas para pelo menos dificultar a entrada de estranhos em instituições freqüentadas por crianças e jovens? Detector de metais? Cercas elétricas, Seguranças Contratados? Regulamento de segurança mais rígido? Talvez tudo isso junto? Acredito que devemos ir além dos muros. Olhar somente o ponto focal, e manter a seqüência de "providências posteriores" a longo prazo acarretará em muito mais danos. O Problema é social, a facilidade de obtenção de armamento, a violência crescente, a marginalização de jovens cada vez mais jovens destituídos de suas infâncias, desigualdades sociais comumente estopins para adesão à criminalidade, principalmente ao tráfico de drogas, todos esses são fatores diretamente ligados a tragédias que diariamente tem espaço nas mídias, que diariamente destroem famílias. Se mudarmos a ordem dos termos e ações de "providência posterior", para "providência social preventiva" ainda sim dificilmente veríamos a resolução imediata de problemas tão graves, mas ao menos essa sensação de sermos assombrados e prisioneiros da insegurança pudesse diminuir. Monstros insanos transitam livremente, e nossa única opção é não fechar os olhos e achar que fatos como esses “só ocorrem com os filhos dos outros”. Quem com um mínimo de sensibilidade, mãe e pai que, ao tomar ciência dessa fatalidade não visualizou em sua mente a escola de seus filhos, e percebeu o quão fácil é o acesso a aquela instituição? Que não há a devida segurança? Que poderia ter sido com eles? Escolas públicas de todo país mantém o padrão de insegurança, e ver no Rio, a história de pelo menos 11 crianças acabar justamente onde começariam seus sonhos e ideais nos remete num primeiro momento a indagações quanto à segurança, mas aprofundadamente e principalmente referente a até que ponto mais crítico a desestruturação e descontrole social gerará indivíduos que poderão vir a nos afetar negativamente?  

Ninguém, ninguém mesmo tem o direito de arrancar a vida de pessoas e junto com elas a felicidade de seus familiares. Nossos filhos são nossos bens mais preciosos, e como mãe sinto dor e revolta com o fato, imprevisto, e surpreendente, mas nada pode ser comparado a dor de quem viveu a perda de uma das crianças mortas nessa escola. O monstro responsável pela chacina da Tasso da Silveira está morto, acho muito pouco, mas se há providência divina, se o que é amplamente pregado sobre céu e inferno for possível, que haja para esse homem retaliações eternas no submundo. 

4 comentários:

  1. O Blog estava com problema, e não estava permitindo comentários. O Problema já foi resolvido! Claudiana, Obrigada por me avisar ;)

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  2. Olá, passando para uma visitinha.
    realmente, esse fato foi chocante...as crianças não podem pagar, pelos erros dos adultos...

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  3. Bom dia, tudo bem?
    Vim te avisar que tem um selinho no blog pra vc, espero que goste, bjos

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  4. Boa tarde, tudo bem?
    Passei para desejar uma excelente páscoa, que seja bastante alegre. Bjos

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